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(Ela) tem Caprichos Matinais LXVII

Uma cobaia tem receio do que desconhece. Não tem noção do que a espera mas, ainda assim, mostra-se temerosa, receosa, amedrontada. Não tem esperança, nunca teve. O que é instintivo nunca foi racional. 
Eu não sou cobaia. Sou voluntária. Porque sei o que me espera e entrego-me na mesma. Começas por me embriagar de ti, na doçura e suavidade do teu toque. Na envolvência do teu cheiro que alastra pelo meu corpo e me impele contra ti. No carinho do teu abraço que me abarca toda e me faz sentir pertença tua. Nas palavras quentes que me sussurras ao ouvido e me encantam num serpentear desgovernado pela razão. E, quando já subjugada, subserviente e plenamente escravizada, desferes o golpe final. O golpe que é fatal e me leva para lá de tudo o que é terreno. A doçura, suavidade, carinho e sussurros dão lugar a uma cornucópia de vendavais, de loucura, de violência consentida, de arrebatamento, de sexo e paixão.

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