
Esventrou-lhe o corpo, todo. Passeou-se por ele, demorou-se em cada recanto, explorou cada protuberância, introduziu-se em cada reentrância, imiscui-se-lhe em cada poro, lambendo-lhe o suor e o perfume, o desejo e a excitação. Rasgou-lhe os obstáculos à vontade, comungou do que ela tinha para lhe oferecer, uniu-se-lhe num encaixe que mais que perfeito era o que os desígnios ditavam. Perturbou-lhe a calma e a quietude de pensamento, alterou-lhe o palpitar do coração que de compassado passou a acelerado, calou-lhe a razão mostrando-lhe a loucura, sonegou-lhe os sussurros proporcionando-lhe gritos e gemidos. Esventrou-lhe o corpo, todo, apoderando-se do prazer que cada beijo instigava, que cada electrizante toque lhe inspirava, que cada rodopiar dos corpos assomava. Tocou-lhe com mestria e habilidade, fechou-lhe os olhos e abriu-lhe o caminho para o deleite, para o momento em que deslizaria impetuosamente para dentro dela, roçando-se nas suas paredes, entrando e saindo numa maquinal mas errática entrega, numa explosão de desejo e alquimia.
0 comments:
Post a Comment