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State of the Mind (48)





De sorriso matreiro, sedutora, determinada, requintada, mimada, atrevida e sem preconceitos, é fácil reconhecer a sua forma de estar na vida. Procura o prazer pelo prazer que isso lhe proporciona. Procura o prazer no concretizar das fantasias, dos desejos, das vontades que lhe afloram a mente e lhe tingem o corpo do mais reluzente rubor. Almeja a mais, sempre mais. Despe-se das vestes do dia-a-dia, encarna a personagem e entrega-se ao doce sabor de viver. Porque para ela, o sonhar faz-se acordado e dormir significa apenas descansar o corpo para viver o amanhã. E foi sonhando, que se empenhou num ataque aos corpos que agora tinha ao dispor e que dela dispunham. Desfez-se em esforços desmedidos em dar e receber. Procurou sentir na pele, na boca, nela, tudo a que tinha direito, mas em dobro. Tudo lhe parecia soberbo e o sorriso, aquele característico de quem se diverte, preenchia-lhe o rosto. Transportou-se na senda do prazer, pegando-os pela mão. E eles não resistiram a fazer aquela viagem. Sem nunca perder de vista o seu gozo, ela era o centro da sua atenção. Tornearam-lhe as curvas, palmilharam-lhe os recantos da pele, lamberam-lhe a vontade, deram-se a provar, preencheram-na do volume da sua volúpia, sugaram-lhe as extremidades erectas, resfolegaram no gemer da sua boca quente e suculenta, tactearam-lhe os desejos entregando-lhe a loucura numa bandeja de emoções. O banquete eram eles e o palato, apurado e exigente, sucumbiu ao sabor rude, vigoroso, apimentado e condimentado que aquela entrega lhes ofereceu. Comeram com as mãos, lamberam e chuparam os dedos, deliciaram-se e provaram-se sem pudor. Sentiram-se saciados mas na sua mente ecoava a certeza de que há fomes difíceis de satisfazer.

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